domingo, 14 de setembro de 2008

Minimalismo cromático: fotos


Exemplos de fotos que se enquadram no conceito que chamei de minimalismo cromático.

Madeira River


Green and blue

Flickr

This is a test post from flickr, a fancy photo sharing thing.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Manifesto pelo minimalismo cromático

Minimalismo cromático – ou colorido minimalista para quem preferir. Já vi o termo ser utilizado em alguns textos para se referir a fotos que apresentam poucas cores. Ou até mesmo para fotos em preto e branco. Também já o vi em textos que nada têm a ver com fotografia. Mas proponho-o aqui como algo diferente. Proponho que ele seja uma alternativa à estética do preto e branco na fotografia. Que se caracterize por fotos que, embora coloridas, evitem o excesso de informação cromática.

Mas o objetivo não é só poupar cores. É buscar um efeito estético pelo contraste entre duas ou três cores dominantes em cada fotografia. Assim, ao “preto x branco”, ao “claro x escuro”, apresento como opção o “azul x verde”, ou “marrom x lilás” e assim por diante. E a busca desta tensão entre cores tem sua razão de ser. Ela implicará na impossibilidade de a foto ter o mesmo impacto se vista em p&b.

Seria uma forma “anti-Sebastião Salgado” de fotografar? Acho que não. Eu não sou avesso ao P&B em contraluz que ele tanto preza em suas fotos. E ninguém pode negar a qualidade do seu trabalho e sua influência na moderna estética da fotografia. Eu mesmo já fiz experiências com contraluz. Todo fotógrafo gostaria de clicar como ele em P&B. Mas seja como for, o minimalismo cromático que vislumbro contrapõe-se ao P&B.

Apresento a seguir propostas para o minimalismo cromático da forma que concebo:

- P&B não é MC. P&B é P&B.

- Deve haver duas cores dominantes na foto. Três cores são aceitas, desde que uma delas seja o preto ou o branco.

- Branco e preto não devem ser as duas cores dominantes, senão seria melhor fotografar logo em P&B.

- Deve haver um contraste, uma tensão, entre as cores dominantes. É isso que as torna dominantes. Uma cor valoriza a outra.

- Destacar por computador informações cromáticas que já estão na foto não tem problema. Mas modificar características originais das fotos não é bem vindo, principalmente se implicar mudança das cores originais dos assuntos fotografados. Um pasto azul com uma vaca cor de rosa, além de ser de gosto duvidoso, não serve à proposta. (Nada contra o Photoshop ou similares, mas o MC deve ser buscado na hora da composição e do clique, não na edição).

- A relação de elementos em foco com outros fora de foco na foto é bem-vinda.

E só mais uma coisa. Fotografar ou não em P&B é uma questão de opção. Com o MC, não é bem assim. Às vezes eu não decido que vou fazer uma foto em MC. Eu simplesmente percebo que fiz depois que fiz. Outras vezes eu tento fazer a foto em MC, mas a opção de mostrar mais cores se impõe como mais adequada naquele momento.

Por isso, poucas das fotos que faço eu classificaria como MC. É porque não é uma questão de trocar o tipo de filme ou mudar modo de captura na câmera digital. É mais uma questão de ter a chance e tentar fazer. Ou fazer por instinto e só se dar conta depois. Enfim o MC não é só uma questão de opção, é também de oportunidade. E isso é o mais legal.