sexta-feira, 18 de julho de 2008

Estrada de ferro

Caminho com obstáculos




Foi legal fazer essa foto. Eu quis mostrar a formiguinha sobre uma velha cerca de ferro enferrujada de uma forma diferente. Procurei captar a perspectiva de mundo da própria formiga. Para ela, a cerca serve de estrada, e com direito a obstáculos, como o pequeno ramo seco caprichosamente enrolado no “caminho”.

A opção de não fotografar a cena de cima, como pareceria mais óbvio considerando o modo como vemos as formigas no dia-a-dia, ajudou a dar a essa impressão de visão de mundo da formiga.

O ângulo de incidência da luz é importante na fotografia, assim como os elementos de fundo. Neste caso, a luz do final da tarde, alaranjada, determinou as tonalidades predominantes. No fundo, céu e mata, desfocados pela opção de maior abertura do obturador, tornam cenário menos naturalista e mais peculiar.

Mas fotografar a cena com uma objetiva 18-55 mm, que não é a mais adequada para macrofotografia, não foi tão fácil. O foco automático não era o ideal devido à proximidade do sujeito da foto e ao fato de este mover-se. O foco escapava do tema, a poucos centímetros da lente, para as árvores, dezenas de metros atrás. O jeito foi mudar para manual.

Para “congelar” o movimento da formiga, o tempo de exposição foi pequeno (1/600 seg.). E para compensar o pouco tempo de luz que entrou para gravar a foto, o ISO (sensibilidade) do sensor, que na câmera usada vai de ISO a 100 a 1600, foi colocado no máximo.

Ultimamente, tenho produzido fotos caracterizadas pelo que chamo de “colorido minimalista”, ou seja, predomínio de duas tonalidades bem distintas. É o caso do vermelho-ferrugem e do azul celeste dessa foto.

Às vezes me pergunto se eu não estaria na verdade tentando fazer fotos em preto e branco sem me dar conta. Mas acho que não. Quando experimento tirar a cor dessas fotos no computador, elas não ficam como eu queria.

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